quarta-feira, abril 05, 2006

Esquerda e direita (um post apolítico)

O Código da Estrada diz o seguinte:

Artigo 14.º
Pluralidade de vias de trânsito

1. Sempre que, no mesmo sentido, sejam possíveis duas ou mais filas de trânsito, este deve fazer-se pela via de trânsito mais à direita, podendo, no entanto, utilizar-se outra se não houver lugar naquela e, bem assim, para ultrapassar ou mudar de direcção.

Será possível que tanta gente não saiba ler? Como é que tiraram a carta?
Será que não distinguem a esquerda da direita? Serei eu que não distingo a esquerda da direita?
Esta gente considera-se boa demais para circular na faixa "lenta"? Pensa que essa faixa é só para os outros? Ou são simpesmente adeptos fervorosos da máxima "no meio é que está a virtude"?

Confesso que tenho cada vez menos paciência para esta gente, e menos tolerância. Infelizmente, a BT não deve concordar comigo, pois nunca vi um único agente preocupado em sequer avisar um dos milhares de condutores sou-bom-demais-para-circular-na-faixa-lenta que todos os dias andam por essas estradas fora.

Não tenho quaisquer dúvidas que as filas de trânsito que se formam nas horas de ponta começam mais cedo, são mais longas, e acabam mais tarde, muito por culpa destes condutores.

Um exemplo: na imagem abaixo, obtida agora mesmo na A5, eu conto (na via esquerda, na direcção de Lisboa) 2 carros na faixa da direita, 3 na do meio, e 10 na da esquerda.


Se calhar está na hora de nos juntarmos à Commonwealth, e começarmos a conduzir pela esquerda. Quem sabe não está aqui a resposta para a sinistralidade tão nossa conhecida?

5 comentários:

Em 05 abril, 2006 23:00, Anonymous Anónimo disse...

Na direita está lá o Paulo Portas, chiça!

 
Em 06 abril, 2006 08:45, Blogger naïf disse...

Essa do Paulo Portas está bem vista. Se calhar é por isso que ninguém quer andar nessa faixa!

 
Em 06 abril, 2006 09:06, Blogger naïf disse...

Catarina, também acho que não vale a pena envolver a BT na discussão, até porque as opiniões de cada um dependem muito das experiências (especialmente as negativas, isto é, multas) que tiveram.
No entanto, coloco-te uma questão: o que será mais representativo da realidade? Uma reportagem de TV (quantas coisas são feitas apenas para show-off?), ou o facto de, durante todo o período desde que tirei a carta (já lá vão muitos anos), nunca ter visto uma acção desse género?
Conduzo diariamente mais de 50km por diversos tipos de estrada com 3 faixas, e NUNCA vi nenhum tipo de acção contra a condução à esquerda.

 
Em 07 abril, 2006 01:56, Anonymous Anónimo disse...

O tema suscita a interessante questão da transfiguração e a ainda mais interessante questão da educação...
É muito raro assistir a alguém furar uma fila num supermercado, banco, etc. No entanto, atrás de um volante, os "chicos espertos" fazem-no sem pejo nem sentimentos de culpa. Ao entrar no automóvel entra-se numa "realidade paralela" na qual não existem consequências (a realidade dos jogos de computador que nos permite matar o próximo e depois ir dormir sossegado). Afinal que mal tem ouvir umas buzinadelas dos carros de trás?

Sem tolerância para com os "chicos espertos", os condutores civilizados (tótós ?) clamam por justiça - multem-nos! Onde está a BT?
Será a repressão a única ou última forma de educar a população? Já agora, será que o motivo para respeitarmos as filas no supermercado é porque tememos a repressão?
Em 98 estava numa formação em Inglaterra. No caminho de Heathrow para Reading o taxista oscilava constantemente de velocidade (entre os 120 e 160 convertendo das milhas para km por hora) Intrigado, vim a descobrir que existiam radares de controlo de velocidade, espaçados regularmente na autoestrada. Serão os Ingleses mais civilizados que os Portugueses?

 
Em 07 abril, 2006 10:13, Blogger naïf disse...

Pedro, não quero (para já) entrar na discussão "portugueses vs resto do mundo".
Mas referes um ponto muito importante - a segurança que uma pessoa sente quando se "transforma" em condutor. Dentro do carro estou seguro, sou o maior, ninguém me pode atingir. Vou na faixa que quero e ninguém pode fazer nada contra isso.
Já no supermercado, se eu quiser furar a fila, pode sempre surgir alguém maior do que eu e dar-me um sopapo.

 

Enviar um comentário