Prós e Contras
Por ausência no estrangeiro, só hoje pude assistir ao último Prós e Contras, sobre o referendo da despenalização do aborto.
Tendo uma posição perfeitamente definida nesta matéria, não tento sequer fingir poder fazer uma análise imparcial do debate.
Mas tento, honestamente, perceber os argumentos do Não. Porque não os atinjo. Porque me deve faltar capacidade para ver para além da óbvia incongruência desses argumentos.
Vejo e revejo as justificações do Não, e só consigo reforçar as minhas convicções no Sim.
Ser do Não porque a respectiva religião assim o determina, é querer impor a sua moral mesmo a quem não partilha dessa religião.
Ser do Não porque um aborto representa um homicídio provocado por uma assassina (e é curioso como este tipo de adeptos do Não se recusa a usars estes termos), e ao mesmo tempo considerar que há casos em que o aborto deve ser permitido (por exemplo em caso de violação) ou que a pena de prisão não deve ser aplicada, é ser incongruente para além de tudo o que é razoável.
Ser do Não porque a pergunta do referendo não é clara, ou porque representa a "liberalização" e não a "despenalização", ou porque a opção não pode ser só da mulher, ou porque "assim não", é ser pura e simplesmente hipócrita, é fingir que se é contra a situação actual enquanto se faz tudo para a perpetuar.
Muito sinceramente, no meio de todos os argumento do Não, só consigo aceitar os de quem acha que o aborto tem de ser crime a partir da concepção, sem excepções. Não concordo com esse ponto de vista, mas pelo menos compreendo-o, pois é coerente.
A todos os outros, não tenho nada a dizer. É impossível conversar com quem é do Não apenas... porque não...
1 comentários:
Eu confesso que já não tenho paciência para ouvir os argumentos de quem vai votar não.
Enviar um comentário