Portugal, um retrato social
Vi hoje, pela primeira vez, um episódio (o terceiro de sete) da série "Portugal, um retrato social", da autoria de António Barreto.
É muito, muito bom! Mas a análise que faz das mudanças sociais operadas no nosso país nos últimos 40 anos é, por vezes, de difícil digestão.
Pelo tom do próprio António Barreto - grave, denso, jamais alegre. Pela visão muito crua da nossa sociedade, capaz de provocar os mais diversos sentimentos - da imensa tristeza ao ver como era miserável a vida dos nossos avós, ao orgulho no mundo moderno que é o nosso, onde tudo é possível.
A comparação entre os anos 60 e o início do século XXI é sempre feita, aparentemente, através do que mudou para melhor - e foi quase tudo! Mas raramente deixa um sentimento optimista, pois logo a seguir é-nos dada uma visão pouco cor-de-rosa da realidade.
À melhoria da medicina e aumento da esperança de vida, logo se contrapõe o isolamento dos velhos; perante as inúmeras oportunidades que as cidades apresentam em comparação com a vida rural de há 30 anos atrás, logo se nos apresenta a visão sombria da vida nos subúrbios.
Não é por acaso que António Barreto não se refere às mudanças como sendo para melhor ou para pior. Apenas diz que a vida, hoje, é... diferente.
A não perder!
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