Portugal, um outro retrato social
O meu post de ontem relativo aos bilhetes de comboio fazia referência a um outro post mais antigo, onde dava a conhecer a vergonha que é a estação de Coimbra-B.
Parece que algumas almas mais bairristas se sentiram ofendidas ao ver a "sua" estação criticada negativamente. Acontece que esta também é a "minha" estação, dado eu ter nascido e crescido em Coimbra, e estar para sempre ligado a esta cidade. E também por isso me sinto na obrigação de denunciar algo que considero errado.
Mas como eu não gosto de ofender ninguém gratuitamente - mesmo tendo em conta que alguns dos comentários que recebi fossem indignos de ser publicados -, aproveito para esclarecer 2 ou 3 coisas.
Para começar, admito que errei ao dizer que a estação só tinha um quiosque, e que este estaria sempre fechado. De facto, há um quiosque que eu, por coincidência, sempre encontrei fechado, e que por azar é o único que se vê quando se entra na estação, se compra bilhetes, ou se apanha o comboio para Lisboa. Há um outro quiosque que, aparentemente, costuma estar aberto, mas que curiosamente só se vê à saída do comboio (e mesmo assim depende da plataforma) e que eu também encontrei fechado na semana passada. Mas adiante.
O que é realmente estranho é que haja quem esteja contente com esta estação. Porque não se importa de arriscar a vida a atravessar uma linha férrea, desde que isso evite subir e descer escadas ou elevadores. Porque não se importa de carregar as malas à chuva entre o carro e a estação, desde que não tenha de pagar estacionamento. Porque não se importa de comer em pé ao balcão de um bar atarracado, desde que a comida seja baratinha.
Esta capacidade de nos satisfazermos com tão pouco é, sem dúvida, uma das principais razões do atraso de Portugal em relação a países mais desenvolvidos. Esta disposição natural para nos resignarmos ao pouco que temos, desde que se poupe um tostão ou uma gota de suor, é que nos impede de avançar, progredir, evoluir.
Terá
1 comentários:
Coimbra-B, que saudades, faz mais de 10 anos!
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