sábado, abril 08, 2006

Tabaco - direitos e deveres

O governo propôs esta semana a proibição de fumar em recintos fechados e o aumento da idade mínima para a aquisição de produtos de tabaco para os 18 anos.
O anteprojecto de diploma, apresentado pelo Ministro da Saúde, prevê a proibição de fumar nas áreas fechadas dos locais de trabalho, dos estabelecimentos de restauração e bebidas, das unidades hoteleiras e dos centros, galerias e grandes superfícies comerciais, nos serviços e organismos da administração pública, nos locais destinados à prestação de cuidados de saúde, estabelecimentos de ensino, recintos desportivos e meios de transporte.

É uma longa lista, e não me vou pronunciar sobre os detalhes. Importante é, quanto a mim, o princípio que está na base desta proposta: os fumadores não podem impor o seu fumo a quem não o deseja!
Nunca percebi os argumentos contra um princípio tão elementar, e que deriva de algo maior - o respeito pelos outros. Os fumadores alegam que têm direito a fumar, que isso só a eles diz respeito, e que quem impuser regras em sentido contrário é fundamentalista.
Eu digo desde já: se impor o respeito pelos outros é ser fundamentalista, então eu estou na primeira fila dos fundamentalistas!

Fumar pode ser um direito, mas este termina onde começam os direitos dos não fumadores. E é neste ponto da discussão que costuma surgir um argumento falacioso - o de que não se pode limitar direitos de uns através de direitos de outros, pois uns não são mais importantes do que outros. Errado! O direito à saúde é concerteza mais importante do que o direito ao prazer.
Eu não tenho de abdicar de uns pulmões livres de nicotina, só porque algumas pessoas tiram prazer de umas baforadas.

O triste de toda esta questão é concluir que, mais uma vez, o respeito não se obtenha naturalmente, mas tenha de ser imposto pela lei. E depois ainda se admiram com o lema deste blog...

3 comentários:

Em 09 abril, 2006 22:23, Anonymous Anónimo disse...

Nesse caso eu também sou fundamentalista. Sempre que me constipo tenho de fugir de recintos fechados, em que o ar é irrespirável e até de colegas, que mesmo ao meu lado «não querem» perceber como são nocivos os efeitos do tabaco...
Mas se os fumadores não respeitam os outros,porque hão-de respeitar a lei?!

 
Em 10 abril, 2006 10:36, Blogger naïf disse...

Infelizmente, em Portugal há muitas coisas que, parecendo óbvias de um ponto de vista ético e moral, só se obtêm impondo leis e sanções.
É o reflexo da falta de educação e de civismo que grassa pela nossa sociedade...

 
Em 08 abril, 2008 21:46, Anonymous Anónimo disse...

SINTO EM SÓ AGORA TER VISTO ESTA MATERIA, POIS SOU FUMAENTE E RESPEITO QUEM NAO É.
QUANDO ENTRO EM ALGUM LUGAR QUE SEJA PROIBIDO O FUMO, PEÇO LICENÇA E VOU FUMAR EM OUTRO LUGAR.
POREM AINDA HA MUITA FALTA DE RESPEITO COM OS PROPRIOS FUMANTES, POIS OCORREU COMIGO EM UM GINASIO DE ESPORTES O SEGUINTE.
TINHA UMA PLACA QUE DIZIA PROIBIDO FUMAR. ENTAO RESOVI SAIR FORA DO AMBIENTE PARA PODER FUMAR AO AR LIVRE. O GUARDA MUNICIPAL ME DISSE QUE EU NAO PODERIA SAIR POIS SE EU FOSSE TERIA QUE PAGAR UMA NOVA ENTRADA.
AGORA PERGUNTO.
EU TENHO DIREITO A FUMAR E QUANDO TENTEI RESPEITAR O DIREITO DE QUEM NAO FUMA FUI IMPEDIDO POR UMA AUTORIDADE.
ONDE COMEÇA MEU DIREITO E ONDE TERMINA O DE VOCES?

 

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