sábado, agosto 19, 2006

Tempos modernos

Há ano e meio transferi a minha inscrição de um Centro de Saúde para outro. Tendo sido avisado que o novo cartão demoraria cerca de 6 meses (!!) a ser feito, resolvi jogar pelo seguro, e dar mais uma folgazita, pelo sim pelo não.

Assim, apresentei-me esta semana na secretaria do novo Centro, já ensaiando o orgulho de quem é possuidor de mais um cartão magnético, ao mesmo tempo que pensava se caberia ainda na carteira, junto dos outros 16 ou 17.

Primeira modernice: o sistema informático engana-se, e diz que eu já tenho o cartão comigo.
Lá explico que não, mostro o papel provisório que me tinham entregue na altura da transferência. A senhora da secretaria tenta então contactar o Centro de onde eu tinha sido transferido.

Segunda modernice: para telefonar para o exterior, a senhora tem de telefonar para um colega dois andares abaixo e pedir que ele peça à telefonista que a ligue ao dito Centro.
Após alguns minutos de espera, lá conseguimos ligação. Descobrimos então que a minha transferência nem sequer tinha sido pedida, apesar de todas as provas em contrário.
Aproveita-se então para pedir à colega para mudar o estado do meu pedido no computador do outro Centro.

Terceira modernice: apesar de, aparentemente, se tratar de um sistema informático comum a todos os Centros, só se podem alterar os dados de uma pessoa no Centro em que está inscrita.

No final, a senhora diz-me para eu passar lá "daqui a uns tempos", pode ser que então o meu processo esteja a andar.

Quarta modernice: sendo esta a segunda vez em que o meu pedido de transferência é introduzido no sistema, ainda estamos dependentes da boa vontade do computador. Pelos vistos, ele também tem dias em que é do contra.


Parece que o Simplex ainda não passou por aqui...


PS: no meio de tudo isto, a simpatia da senhora que me atendeu, juntamente com o esforço que aplicou para tentar resolver o meu problema, são de louvar. Nem toda a função pública é aquilo que se diz. Ou será que a senhora já tem contrato individual de trabalho?

2 comentários:

Em 19 agosto, 2006 23:39, Anonymous Anónimo disse...

Está visto que isto ainda é Portugal...

 
Em 28 agosto, 2006 23:48, Anonymous Anónimo disse...

A propósito de simplex...
Uma certidão de curso na Universidade de Coimbra demora um mês a passar; isto se o professor tiver lançado a nota até 31/7...

 

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Cascais desfigurado

António Capucho foi eleito há já vários anos, apresentando-se como o salvador de um concelho "cimentado" por José Luis Judas. Os executivos (já vai no segundo) de Capucho, apesar de muitas falhas noutras áreas, têm conseguido uma aparente acalmia na fome de construção de todos quantos têm uma mãozinha no negócio imobiliário.

Infelizmente, de tempos a tempos, Capucho aparece a borrar a pintura. Aconteceu com o Hotel Estoril Sol, condenado a ser substituído por 3 torres de grande dimensão, não se percebendo bem se se ganha alguma coisa com a troca.
Acontece agora de novo, com a proposta de construção de uma torre com 100 metros de altura, para albergar um hotel em plena marina de Cascais.
Argumentado com a requalificação da marina, com a beleza arquitectónica e "inteligência" do edifício, lá vai avançando com o projecto.

Na foto divulgada pela Câmara Municipal de Cascais (CMC), e publicada na maioria dos jornais, o "mostrengo" nem parece assim tão mau. Aparentando ser mais pequeno do que os seus 100 metros poderiam fazer crer, e com uma cor (?) etérea e vaporosa, mal se dá por ele.


A técnica da "não cor" é, aliás, usada em todas as fotos disponíveis no site da empresa de arquitectura autora do projecto. O objectivo é, digo eu, dar a ideia de que se trata de algo transparente, que quase se confunde com a paisagem. No entanto, não me parece difícil perceber o que se vai ver a partir de toda a costa de Cascais e Estoril, se o projecto for avante: um "farol" aberrante e gigantesco, a nascer em pleno mar, e destruindo de uma vez por todas uma das mais bonitas baías portuguesas.

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Prazeres nocturnos

Chegar a casa
noite cerrada.
No banco de trás
a criança
dorme
profundamente.
Pegá-la ao colo
sentir-lhe o cheiro
mudar-lhe a roupa suada
apaziguar os seus protestos
pousá-la na cama
devagarinho
e ficar
a olhar.
Há prazeres
que só de pensar neles
nos fazem sentir de bem com o Mundo.

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sexta-feira, agosto 18, 2006

Campanha anti-tourada

3 comentários:

Em 29 agosto, 2006 23:30, Anonymous Anónimo disse...

tal como a sua liberdade em colocar a imagem, também será para quem gosta de touradas.
a tourada é um espetaculo caro e só lá vai quem paga e vão lá voluntáriamente.
quem não gosta não vai.

 
Em 30 agosto, 2006 08:33, Blogger naïf disse...

Caro anónimo,

Não posso concordar com nenhum dos seus argumentos.

Primeiro, a minha liberdade de colocar fotos neste blog pode, quando muito, chocar algumas pessoas, mas não magoa ninguém. Já o mesmo não se pode dizer da tourada.

Segundo, a barbaridade não se mede em euros, nem se torna admissível com bilhetes mais caros. Além disso, que eu saiba, o touro não recebe nenhuma percentagem de todo esse dinheiro, apesar de ser a estrela do espectáculo.

Finalmente, e acima de tudo, a justificação "quem não gosta não vai" NUNCA deve ser usada a favor de algo que está errado por uma questão de princípio. No tempo da inquisição, a morte na fogueira também era um espectáculo opcional - só via quem queria.

Naïf

 
Em 04 setembro, 2006 12:46, Blogger mim disse...

Ausente de casa, só agora mergulhei de novo nestas rotinas e li a mensagem que deixou no meu blog. Não é preciso agradecer, é o que penso. Aproveito para confessar que ousei "roubar-lhe" este título e imagem porque essa campanha deveria ser a de todos quanto se auto-intitulam de humanos.

 

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Bestialidades

Qualquer tipo de "divertimento" que implique o sofrimento desnecessário de animais devia ser pura e simplesmente banido de qualquer civilização digna desse nome. Lutas de galos ou de cães, touradas, circos - os exemplos são mais que muitos.

Em Portugal, a tauromaquia é considerada por alguns uma arte. Eu só a consigo ver como mais uma demonstração da barbárie de que a raça humana é capaz. Não percebo como é que gente culta tira prazer do sofrimento alheio, nem como é que tal espectáculo é sucessivamente patrocinado por canais de televisão e de rádio públicos.
Para aqueles que alegam que o touro nasce para ser toureado, e que feliz é o touro que morre na arena, sugiro-lhes que um dia destes se lancem para o centro da dita. Tenho a certeza que o touro gostará de lhes agradecer em pessoa.


[Foto tirada do site da Associação ANIMAL]

1 comentários:

Em 19 agosto, 2006 23:37, Anonymous Anónimo disse...

Partilho as mesmas opiniões.

 

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Até dói!

Norte de Portugal e Galiza a arder, dia 9.

Créditos: ESA

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quarta-feira, agosto 09, 2006

Colares familiares

Colares diferentes:
http://joaninhafazdeconta.sinergiadesign.com/

Sendo parte interessada, espero estar a salvo da lei das incompatibilidades...

1 comentários:

Em 11 janeiro, 2008 19:51, Anonymous Anónimo disse...

Lindíssimos colares. Parabéns.
Vou voltar sempre.
Visita-me em: mym-pt.blogspot.com
Beijinhos
Mena

 

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Conversas de praia

Fim de semana no Algarve, um final de tarde na praia.
Tentando arduamente contrariar a "silly season", um pai aproveita para ensinar francês ao filho:

"Isto tem de dar gozo! Femme! Não te dá gozo, dizer femme?"

Pela cara do filho, olhar perdido no azul do mar, não dava gozo. Talvez daqui a uns anos...

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A velha carpideira, o bandido, e o amigo dela

O Abrupto, o famoso blog do famoso Pacheco Pereira (JPP), tem sofrido ataques de piratas informáticos.

Ricardo Araújo Pereira (RAP), elemento dos não menos famosos Gato Fedorento, escreveu sob o assunto, com a piada que se lhe conhece:
"Que arda no Inferno a besta – humana ou cibernética – que ofereceu ao Pacheco Pereira a sua última glória: o martírio."

Carlos Abreu Amorim (CAA), menos famoso e, quiça, aborrecido com isso, veio em defesa da sua dama:
"Há alturas em que alguns pretensos felinos são comprovadamente fedorentos..."

RAP chamou-lhe um figo, e não resistiu:
"[...] uma vez que ninguém morrera, falira, caíra em desgraça ou sequer contraíra herpes labial, acreditei que se podia rir do assunto – sobretudo da dramática pose de mártir do Pacheco Pereira. O professor Carlos Abreu Amorim ensinou-me que não. Nem desenhos sobre Maomé nem graças sobre o Abrupto."

CAA, num momento menos lúcido, respondeu:
"RAP [...] quis ter graça à custa do azar do Abrupto."

RAP não ripostou. Estará de férias, ou acha demasiado fácil bater em quem dá a outra face?

1 comentários:

Em 19 agosto, 2006 23:34, Anonymous Anónimo disse...

Há gente que não entende o que lê...

 

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