quinta-feira, maio 31, 2007

Paz no Mundo

Foi publicado hoje [dia 30] o "Global Peace Index", um índice de 121 países ordenados pelo grau de "paz" reinante em cada país.
Com a Noruega em primeiro lugar, e um esperado Iraque no último, Portugal ocupa um brilhante 9º lugar.
Os E.U.A. surgem muito lá em baixo, na 96ª posição. Uns dirão que é a consequência natural de ser a maior potência mundial, alvo privilegiado da maldade deste mundo. Eu diria que é a consequência natural de não saber usar o poder que tem.

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Sinais dos tempos

"IRS - Declarações online superam papel"

Para um país com uma alta taxa de analfabetismo e uma baixa taxa de acesso à internet, até que nem está mal.

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sexta-feira, maio 25, 2007

Os excessos de MST

Ainda há poucos dias fiz uma referência a Miguel Sousa Tavares (MST), por este defender a prática da caça desportiva.
Confesso que tenho um grande respeito por MST, por ser uma pessoa com um apurado sentido cívico, na medida em que participa activamente em muitas discussões em que o interesse público está em causa. Não tem medo de dar a cara, atacando e denunciando interesses obscuros de modo frontal e sem papas na língua.
É por isso que, por vezes, ao vê-lo defender causas em que não me revejo - a caça, o "direito" ao fumo - ou a lançar argumentos que roçam o irracional - FCP/Pinto da Costa, Ota -, fico algo desiludido e, por vezes, até me sinto algo "traído".

Esta sensação atingiu o pico há uns dias, quando tomei conhecimento do comentário que MST terá feito na TV a propósito da nova proposta de lei do tabaco. Pelos vistos, MST alega que o incómodo causado pelo fumo nos restaurantes não é nada quando comparado com o barulho das crianças.
Perante tal afirmação, só vejo duas hipóteses: ou MST deixou o seu lado irracional vencer, e vai dedicar o resto da vida a acompanhar a equipa do FCP a todos os jogos, sempre de autocarro (Ota não, cruzes canhoto!) e sempre de cigarro na boca e caçadeira ao ombro; ou então foi descoberto que o barulho das crianças provoca não um mas dois cancros (provavelmente um em cada ouvido).

Pelo sim pelo não, informo que troco as minhas 4 criancinhas (barulhentas q.b.) por 10 pacotes de Marlboro Lights ou 12 de John Player Special. Do mal o menos...

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Cadastros públicos

Recebi por mail um convite para assinar uma petição, dirigida ao Parlamento Europeu, com o objectivo de ser criada uma lista de "molestadores sexuais", acessível publicamente. É algo que existe nos Estados Unidos, onde é possível obter informação sobre o paradeiro de pessoas que tenham sido condenadas por crimes sexuais contra crianças.

Claro que a petição não surge neste preciso momento por mero acaso. Tal como nos Estados Unidos, onde a lei surgiu após uma criança de 7 anos ter sido violada e morta, também cá é um caso com grande visibilidade que acaba por se tornar o motivo para esta petição.

É um tema de extrema sensibilidade e de difícil análise, dada a emoção natural associada a estas situações. Mas, pensando friamente, não posso ser a favor. Tenho de confiar que as leis e os tribunais lidam com cada situação de modo adequado. Não tenho o direito de exigir saber o cadastro de cada vizinho meu, qualquer que tenha sido o crime que tenha cometido no passado, e pelo qual já terá pago o respectivo preço.

Se precisamos de publicar listas de infractores estamos a reconhecer a impotência das entidades responsáveis por fazer cumprir as leis. E se essas entidades não têm essa capacidade, começamos nós a fazer justiça pelas próprias mãos. Que futuro teremos, então?

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terça-feira, maio 22, 2007

Menos escola, menos família

Nem de propósito, o Público de hoje apresenta uma reportagem sobre um dos problemas que apontei ontem: a dificuldade em ter acesso às creches e jardins de infância públicos, não só pela sua escassez, mas também pelo reduzido horário de funcionamento, incompatível com o horário de trabalho da maioria dos pais.

Não é raro, tal como reportado no artigo de hoje, uma criança não conseguir entrar numa escola pública antes dos 5 ou 6 anos, criando por vezes situações complicadíssimas aos pais, que se vêem obrigados a arranjar alternativas sem qualquer apoio do Estado.
«A lei-quadro da educação pré-escolar aprovada em 1997 diz: "Incumbe ao Estado criar uma rede pública de educação pré-escolar." Já passaram dez anos.» (in Público, 22/05/2007)

O actual Governo prometeu recentemente aumentar em 50% o número de estabelecimentos públicos de ensino pré-escolar, no prazo de 3 anos. Como parte directamente interessada, estarei atento.
E aproveito para lembrar que não basta "inventar" novas escolas - é preciso que tenham condições adequadas, algo que muitas das actualmente existentes não tem.
Por exemplo, o jardim de infância frequentado pelo meu filho mais velho tem uma única e pequena sala de actividades com pouca luz e sem aquecimento, uma raquítica zona de refeições, e um minúsculo telheiro no recreio, para os dias de chuva. Tudo isto num edifício que não foi construído para ser uma escola (creio que eram os balneários de um recinto desportivo), tendo sido emprestado pela Junta de Freguesia já lá vão muitos anos. Era suposto servir apenas enquanto não fosse construída a escola definitiva. Que eu saiba, nem terreno há...

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O início

"ZX Spectrum nasceu há 25 anos"


A minha carreira informática começou há 2 décadas atrás, graças a esta "bomba". Ainda me lembro da emoção ao receber a prenda e do entusiasmo com que fiz os primeiros programas, entusiasmo que ainda hoje perdura.
Obrigado, Pai!

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segunda-feira, maio 21, 2007

Família, p'ra que te quero

A propósito do Dia Internacional da Família, que se comemorou (?) no passado dia 15, o Instituto Nacional de Estatística publicou alguns dados relativos ao tema.

O que surpreende nestes dados não é o facto de as famílias serem cada vez mais pequenas, mas sim o ritmo a que decresce o tamanho dos agregados familiares. Entre 1999 e 2006, o número de famílias com apenas 1 ou 2 pessoas aumentou 10%, com a correspondente redução das famílias com 4 ou mais pessoas.



As famílias com 3 ou mais filhos passaram de 6,6% do total de famílias para 4,9%, ou seja, uma redução superior a 25%!


Assim, em 2006, apenas metade das famílias correspondia a casais com filhos, sendo que a maioria destas famílias só tinha 1 filho.

Portugal não assegura a renovação de gerações desde 1983 (!) e, como tal, tem uma população cada vez mais envelhecida.
Tudo isto não passaria de estatística se não fossem as graves consequências daí derivadas, as quais obrigaram já às conhecidas (e polémicas) alterações ao regime de segurança social impostas pelo actual Governo.

Não deixa de ser estranho é que este mesmo Governo dê tão poucos sinais de querer incentivar as famílias a ter filhos. O recente anúncio do aumento do número de creches públicas é uma gota de água que, por si só, pouco mudará.
Os problemas passam também pelo reduzido horário em que funcionam as escolas públicas, obrigando os pais a recorrer às escolas privadas, com preços não raras vezes superiores a 400 euros mensais por criança (pelo menos na zona de Lisboa); pela impossibilidade de descontar no IRS as despesas com amas, algo que devia ser equiparado a despesas de educação; pelo reduzido período de licença maternal e, especialmente, paternal, e as regras kafkianas que limitam o respectivo uso; pela penalização no preço de alguns serviços não indexados à composição do agregado familiar (chega-se ao cúmulo de, por exemplo, a maior parte das famílias com filhos pagar mais por litro de água do que um casal sem filhos); pelo IVA aplicado à taxa máxima a muitos bens indispensáveis a quem tem filhos, como sejam os biberãos, carrinhos de bebé, cadeirinhas para automóvel; etc, etc.

Enfim, as perspectivas são negras, e não há grandes motivos para optimismo. Esperemos que a solução não venha tarde demais.

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Em 23 maio, 2007 17:40, Blogger SC disse...

Um comentário um pouco à parte:
Faz-me alguma confusão "agregado de um elemento"... Agregou-se a quê, a ele próprio?!

 

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A oeste nada de novo

"EUA tentam impedir G8 de impulsionar novo acordo sobre aquecimento global"

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Vampirismo

Admito algum egoísmo por tentar passar ao lado da desgraça da pequena Madeleine e evitar as "reportagens" com que nos bombardeiam dia após dia.
Com filhos de idade semelhante à miúda desaparecida, nem tento imaginar o sofrimento dos pais dela, pois a imaginação por si só já é penosa o suficiente.

No meio de tanto aparato verifico, mais uma vez, como certo "jornalismo" espreme a história para além dos limites razoáveis, sem olhar a consequências.
O último acto é a autêntica crucificação que os media fizeram a Robert Murat, cuja relação com toda esta história ainda não consegui descortinar.
Tal como em tantos outros casos no passado recente, de Ferro Rodrigues a Carlos Cruz, a guerra das audiências permite tudo, mesmo que pelo caminho se deixem uns tantos "danos colaterais".
Percebo que, no exercício das suas funções, os jornalistas tenham, muitas vezes, de tomar decisões difíceis quanto ao que devem ou não publicar. E também admito que, na maior parte dos casos, o direito e dever de informar deve prevalecer.
Mas pergunto-me o que sentirão quando, no final, verificam que destruíram a vida (social, profissional ou familiar) a alguém que não fez nada daquilo que lhe foi imputado. Ou será que nem sequer se dão ao trabalho de olhar para trás e avaliar os estragos?

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Serra d'Aire

Há já largos anos que, para mim, a Serra de Aire se limitava a uma paisagem bonita para quem passava na A1. Mas, a cada passagem, a simples vista do lindíssimo vale (ou melhor, polje) de Mira-Minde deixava-me sempre com vontade de por lá ficar uns dias.
Finalmente aconteceu e, apesar de o tempo não ter ajudado no que toca a disfrutar a paisagem, bastou o ambiente e a gastronomia para já ter valido a pena.
Mas soube a pouco, pelo que espero regressar antes de terem passado mais não sei quantos anos.

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quarta-feira, maio 09, 2007

Estranho curso


O tema é concerteza interessante, mas o nome do curso não deixa de ser curioso. E a curiosidade não fica por aqui, como se pode ver pelo título de um dos módulos: "Da antropologia da pessoa como ser-amor ao triângulo ético de Paul Ricoeur: ensaio da compreensão ética."

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Em 12 maio, 2007 23:29, Anonymous Anónimo disse...

Não há como o novo-riquismo de certa linguagem para nos afastar de certas opções...

 

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Critérios

Por obrigação profissional, desloco-me ocasionalmente a Inglaterra. Acho curioso como as regras de segurança aeroportuárias são tão diferentes, cá e lá.
Para ir, posso levar no avião 2 ou 3 malas/sacos, e já ninguém em Lisboa liga à regra (ainda recente) que limita a quantidade de líquidos que se pode levar no avião.
No entanto, no regresso, só me é permitido trazer 1 mala/saco, e verificam minuciosamente se respeito as regras referente aos líquidos.
Conclusão: para realizar um ataque terrorista, fazê-lo sempre no sentido Lisboa-Londres, pois há muito menos hipóteses de ser apanhado.

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Barbaridades

Há tradições bárbaras que se mantêm apenas por o serem.
Já aqui referi várias vezes o caso da tourada, uma tradição que só não foi criada pela Inquisição porque, provavelmente, na Idade Média ninguém se lembrou de acusar os touros de bruxaria.

Outra dessas tradições, quiça com mais adeptos e defendida por pessoas insuspeitas, é a caça. Se não estou em erro, já várias vezes vi/li Manuel Alegre e Miguel Sousa Tavares, entre outros, defenderem este pseudo-desporto em que homens supostamente civilizados se divertem a ferir e matar animais.

Não me venham com histórias sobre o sofrimento dos animais criados em aviários e afins. Uma coisa é a sobrevivência humana, o que implica matar para comer; outra, bem diferente, é matar por prazer, mesmo que, no final, se comam as vítimas.
E se Miguel Sousa Tavares tem razão ao alegar que, na maior parte das vezes, acaba um dia de caça com 1 ou 2 peças, ou mesmo nenhuma, então que use pólvora seca, sempre faz menos estragos.

Ah, e já agora não se esqueçam, senhores caçadores: apanhem os cartuchos que largam monte fora. Que eu saiba, não são propriamente biodegradáveis...

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