quarta-feira, maio 31, 2006

Dia Mundial Sem Tabaco

Os "Dias de algo" têm uma particularidade engraçada: o ideal seria que todos os dias fossem dias desse "algo", e uma vez por ano houvesse um dia sem esse "algo", para não nos esquecermos de como seria a vida sem ele.
O tabaco é um bom exemplo. Imaginem um mundo sem tabaco. Anualmente, as pessoas teriam um dia em que seriam livres de esfumaçar como e onde lhes apetecesse, enchendo de fumo sítios normalmente isentos dele. Alguém tem dúvidas do que seria o sentimento geral ao fim desse dia? "Como é que é possível viver assim?!"

Já antes aqui falei do que penso do tabaco. Cada um tem direito a dispor da sua vida como bem entende, e se há pessoas que têm gosto em auto-destruir-se lentamente, cheirar mal, ter dentes e unhas amarelas, cancro do pulmão, tosse permanente, falta de ar, etc, é lá com elas. Mas quando isso interfere com a qualidade de vida dos outros então, meus amigos, a história é outra. Nesse caso podem contar com luta feroz dos que põem o direito à saúde acima do direito ao prazer.

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segunda-feira, maio 29, 2006

Boa vizinhança

Celebra-se amanhã, 30 de Maio, o Dia Europeu dos Vizinhos (ou da Boa Vizinhança, como também já vi escrito).

Óptimo pretexto para pensar como é possível que pessoas que vivem tão próximas possam estar tão distantes umas das outras.
Da aldeia onde todos se conheciam, e onde as portas estavam sempre abertas, passámos para os bairros no centro das cidades, onde apesar de tudo ainda havia algumas referências familiares, os pontos de encontro comuns, as velhotas à janela a ver quem passa, os velhotes no jardim a jogar dominó. Começou-se a construir em altura, perderam-se as conversas à porta de casa, passámos a (re)conhecer os vizinhos no elevador, bom dia boa tarde boa noite como está então até um dia destes. Afastámo-nos para os subúrbios, sítios feios onde só se vai dormir, onde as pessoas se cruzam nos carros às 6 da manhã, ensonados e mal humorados, e voltam a cruzar-se às 11 da noite, cansados e mal humorados. Sítios onde as crianças não brincam na rua, onde o Zé do 2º esquerdo não faz a mínima ideia de quem seja o Xico do 3º direito, onde a Mariana brinca sozinha apesar de haver mais 20 crianças no mesmo prédio, onde o Sr. Manel conta os dias para o seu enterro, morto de tédio, morto de solidão, morto pelo peso dos 10 andares onde não conhece ninguém e onde ninguém o conhece a ele, onde se prefere ir comprar um pacote de sal à loja de conveniência mais próxima do que tocar à campainha da frente, boa noite vizinho está bom empresta-me um bocadinho de sal obrigado apareça amanhã para falarmos um pouco.
É isto, a vida moderna. Ganha-se numas coisas, perde-se noutras. Mas terá de ser mesmo assim? Amanhã, toquem à porta dos vossos vizinhos, convidem-nos para tomar um café. Não é tarde demais.

2 comentários:

Em 30 maio, 2006 14:20, Anonymous Anónimo disse...

De madrugada já eu tinha pespegado no elevador um postalinho e uma saudação calorosa, numa folha grande para caberem muitos cumprimentos.
Duas vizinhas já acrescentaram a folhinha. Veremos como estará ao fim do dia...

 
Em 20 outubro, 2007 00:25, Anonymous Anónimo disse...

Tivesses tu uns vizinhos como os meus e só querias distância. ;-)

J.

 

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Santa ignorância

À pergunta "Concorda com a liberalização das farmácias?", vozes discordantes alegam: "Isto não é como vender batatas", ou "Não se pode deixar que qualquer pessoa abra uma farmácia."

Qualquer candidato a político aprende, logo na primeira aula, como é fácil manipular este povo ignorante. Como é preciso tão pouco para pôr toda a gente a dançar a mesma música.

Alguns dos piores defeitos dos portugueses incluem a falta de formação, o desprezo pelos livros e jornais, a profunda ignorância em que vivem. Muitos políticos, em vez de combaterem este estado de coisas, aproveitam-se dele. Alguma vez nos livraremos disto?

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quinta-feira, maio 25, 2006

Feiras do Livro

A partir de hoje, e até 13 de Junho, o Parque Eduardo VII recebe de novo a Feira do Livro de Lisboa.
Mas como também há vida para além de Lisboa, podem ver aqui todas as Feiras do Livro por esse País fora.


Nota: paradigmático da necessidade de um "choque tecnológico" em Portugal é o facto de os sites oficiais das Feiras do Livro de Lisboa e do Porto ainda estarem em construção, apesar de ambas as feiras já estarem a decorrer.

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Em 03 julho, 2006 13:30, Anonymous Anónimo disse...

Very pretty site! Keep working. thnx!
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quarta-feira, maio 24, 2006

Violência no feminino

Segundo o recente relatório anual da Amnistia Internacional, em 2005 morreram, em Portugal, 33 mulheres vítimas de violência doméstica.

Quantos milhares não vivem em terror permanente, com marcas físicas diariamente reforçadas, e marcas psicológicas eternamente lembradas?

Vítimas do seu próprio medo, mas também do silêncio de quantos preferem virar a cara e fingir que nada vêem.

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Recongelar não!

No site da Agência Portuguesa de Segurança Alimentar (recentemente extinta e integrada na nova Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) descobri, finalmente, a razão pela qual nunca se deve recongelar alimentos descongelados:

Alimentos congelados e recongelados


O facto de uma determinada bactéria ter uma temperatura mínima de multiplicação de 6ºC, por exemplo, não significa que abaixo dessa temperatura ela morra. Ela simplesmente pode permanecer viva sem se multiplicar, podendo, nalguns casos, sobreviver durante longos períodos a –20ºC, que é aproximadamente a temperatura dos congeladores. Ao descongelar um alimento em que essa bactéria esteja presente, a temperatura vai subir entrando-se no intervalo de temperaturas adequadas à sua multiplicação. Se se voltar a congelar o alimento, podem-se passar a ter, por exemplo, 600 bactérias, em vez das 10 que pudessem existir inicialmente (algumas bactérias multiplica-se muito rapidamente). Ao voltar a descongelar o alimento vão-se novamente criar as condições para que a bactéria se multiplique, atingindo-se um número de tal modo elevado que uma intoxicação alimentar se torna quase inevitável.

Assim, relativamente à congelação de alimentos há duas regras fundamentais:
- Nunca recongelar alimentos.
- Descongelar os alimentos rapidamente a temperaturas elevadas (por exemplo com água corrente ou no micro-ondas) ou descongelar no frigorífico.

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Em 27 maio, 2006 18:35, Anonymous Anónimo disse...

Juro que eu também.

 

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sábado, maio 13, 2006

Será o fim dos abusos no custo do estacionamento?

Foi publicado em Diário da República o Decreto-Lei nº 81/2006, de 20 de Abril, que determina que o período máximo usado para a contagem do tempo a pagar em parques de estacionamento não pode exceder os 15 minutos.



Acaba assim um dos modos mais fáceis de "roubar" dinheiro legalmente, que consiste em cobrar 1 hora de estacionamento a quem só usou 10 ou 20 minutos.

Adenda: esta lei só entra em vigor a 21 de Julho.

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Em 20 julho, 2006 22:53, Anonymous Anónimo disse...

This site is one of the best I have ever seen, wish I had one like this.
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sexta-feira, maio 12, 2006

18/Maio - Dia Internacional dos Museus

No dia 18 de Maio comemora-se, em todo o mundo, o Dia Internacional dos Museus. Neste dia, os museus vão abrir as suas portas até à 1 da manhã.
Ainda no âmbito desta celebração, a entrada nos museus associados ao IPM (Instituto Português de Museus) será gratuita nos dias 18, 19 e 20 de Maio, oferecendo ainda um programa de actividades muito diversificado, que podem consultar aqui.

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Em 20 julho, 2006 22:53, Anonymous Anónimo disse...

Your are Excellent. And so is your site! Keep up the good work. Bookmarked.
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Activismo

Face a alguns dos posts que aqui tenho colocado, senti-me obrigado a clarificar um ponto: não sou, de maneira nenhuma, um "activista". Pelo menos no sentido de alguém que vai a manifestações, se prende com cadeados, distribui panfletos, faz vigílias à porta de embaixadas, etc, etc.
Apoio algumas organizações que considero merecedoras do meu apoio, seja monetário seja em termos de divulgação das suas actividades. Posso escrever cartas, assinar manifestos, enviar e-mails. Mas quando se trata de dar a cara, dificilmente contam comigo.

Poderia usar o argumento da falta de tempo, perfeitamente válido para quem tem 4 filhos pequenos. Mas não. É mesmo uma questão de personalidade reservada, e de preferir o conforto do sofá a uma noite chuvosa passada na rua.
Façam o que eu digo, não façam o que eu faço...

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18/Maio - Festa pelos Direitos Humanos

A Amnistia Internacional Portugal comemora o seu 25º aniversário no dia 18 de Maio.
Como tal, vai realizar a Festa pelos Direitos Humanos, a partir das 18.30, no Mercado da Ribeira, em Lisboa. A entrada custa 2 euros.

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quinta-feira, maio 11, 2006

Brutal narcisismo

Manuel Maria Carrilho apresenta hoje um livro intitulado "Sob o Signo da Verdade", no qual pretende pôr a nú todas as manobras maquiavélicas que o impediram de vencer as eleições autárquicas em 2005.

Não estou a pensar ler o livro (tenho melhores coisas para fazer com o meu tempo)
, mas alguns excertos divulgados pela comunicação social permitem ter uma ideia do que se pode esperar. É o típico "disparar em todas as direcções", na tentativa de mostrar que o seu projecto para Lisboa era infinitamente melhor que os outros, mas que os seus inúmeros inimigos usaram de todas as armas possíveis e imaginárias para impedir que ele vencesse.
E para aqueles que acham ser este assunto de somenos importância, atentem bem no subtítulo do livro: "Retrato da mais brutal campanha negativa feita no Portugal democrático"!
Quanto ao próprio Carrilho, obviamente, não tem qualquer culpa no cartório. Enfim, um autêntico caso de estudo...

Para quem se quiser divertir um bocadinho sem ter de comprar o livro, sempre pode assistir à "Grande Entrevista" com Carrilho, hoje às 21 horas na RTP1.

4 comentários:

Em 11 maio, 2006 23:22, Blogger Tiago Franco disse...

Se calhar bate as crónicas do Miguel Esteves Cardoso, só que este não foi escrito tendo a sátira como objectivo. Pode ser uma leitura interessante.

Já há algum tempo que não se falava do homem. Devia estar com medo de cair no esquecimento.

Abraços.

 
Em 13 maio, 2006 00:00, Anonymous Anónimo disse...

Provavelmente não é um exercício narcisista.
Qualquer pessoa que acompanhe a comunicação social sabe que Carrilho não é dela um bem amado; também se sabe que muitos dos nossos jornalistas substituíram a ética pelo gosto das superficialidades e do fait-divers. Com estes dois ingredientes acabaram por ter em relação ao Carrilho atitudes claramente ofensivas. Isto independentemente do seu contributo para a derrota.
Logo, ficou com a pedra no sapato e agora arremessou-a. E assim deu a essa mesma comunicação social matéria para muitos comentários em muitos tons.

 
Em 13 maio, 2006 00:24, Blogger naïf disse...

Não discuto a ética ou qualidade de grande parte da nossa comunicação social.
Mas considerando que:
- Carrilho faz questão de pertencer à classe alvo dos media, quanto mais não seja pela sua constante presença na imprensa "cor-de-rosa";
- o dito "vídeo familiar" dificilmente seria alguma vez feito se a mulher de Carrilho não fosse quem é;
- Carrilho se apresenta normalmente como pessoa arrogante, sem capacidade de contacto com o eleitorado;

Parece-me que bom senso seria aprender com os erros, e "partir para outra". Do modo que as coisas estão, Carrilho surge apenas como um mau perdedor à procura de bodes expiatórios.

Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele...

 
Em 13 maio, 2006 22:15, Anonymous Anónimo disse...

Para mim o mais inexplicável e estranho da coisa é ter sido o Emídio Rangel a apresentar o livro. Quem não se lembra da SIC do Rangel, em que valia tudo mesmo arrancar olhos? aquele miserável que se gabava de vender presidentes da república como vendia sabonetes?...
E agora é seleccionado pelo Carrilho para a diatribe com a imprensa, como se fosse um modelo da comunicação social? É demasiado esturro, lá isso é.
É um mundo de lantejoulas muito doente, esse que essa gente palmilha.

 

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Walk the World

Dia 21 de Maio, Domingo, decorre o "Walk the World 2006", uma marcha de solidariedade realizada por iniciativa das Nações Unidas em cerca de 100 países.

Cada participante no passeio contribui com 10 euros, pelo que a iniciativa ganha em dois planos: na angariação de fundos (dos participantes e dos patrocinadores) e na visibilidade que o problema ganha neste dia.

Segundo os organizadores, a alimentação e educação anual de uma criança em África está estimada em 27 euros, pelo que, por cada 3 pessoas participantes no evento, há uma criança que tem uma vida melhor.

Todos os anos as Nações Unidas escolhem um país para o qual revertem as receitas do Walk the World. Este ano a verba conseguida destina-se a alimentar e educar as crianças da Tanzânia.

Em Portugal, a marcha está prevista em Lisboa (entre a Torre de Belém e as Docas), no Porto (entre o cais de Gaia e o Passeio Alegre) e nos Açores (Ponta Delgada e Horta).

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domingo, maio 07, 2006

Memórias no dia da Mãe

Não tenho muitas memórias de quando era pequeno, mas a maior parte das que tenho são boas. A alegria de ir a correr ver as prendas debaixo da árvore de Natal, e desembrulhar um estojo de lápis de cor como se fosse a coisa mais valiosa do mundo. O prazer de acampar, poder andar o dia todo só de calções, fazer cabanas com caixotes de cartão, encher-me de pó dos pés à cabeça.

Neste dia da Mãe, uma das coisas de que me lembro é uma certa vergonha que sentia porque achava que a minha Mãe passava o tempo a reclamar. Não a dizer mal da vida (felizmente nunca foi do género "queixinhas"), mas a reclamar com aquilo que achava que estava mal.
Num restaurante, num parque de campismo, numa loja, onde quer que fosse - se algo não funcionava como era suposto, lá ia a minha Mãe pedir o livro de reclamações, e falar com o gerente.
Na altura eu só pensava porque é que não teria direito a uma Mãe como as outras, que aceitavam as coisas como elas eram. Porque é que a minha Mãe haveria de se chatear, se nem sequer ganhava nada com isso?

Não foram precisos muitos anos para eu perceber que, afinal, este era um comportamento do qual me devia orgulhar, e que deveria seguir. Que só reclamando se muda o que está mal. Que o silêncio e a complacência só servem para perpetuar os erros, até ao ponto em que toda a gente os acha normais. E que mesmo quando sentimos que a nossa voz está só, muitas vezes é tudo o que é preciso para que outras se juntem.

2 comentários:

Em 09 maio, 2006 13:47, Blogger Flour disse...

Ser mãe deve ser, de facto, uma experiência formidável. Para além de se adquirir (digo eu!) uma capacidade interior de amparo dos seus rebentos, este ainda é exprimido com um sorriso nos lábios e com a devida componente pedagógica. E depois, ainda tem energia para a sua actividade profissional, social, marital...

Mãe é mãe, mas também não nos podemos esquecer do papel do homem enquanto pai. É para sempre uma referência de força, coragem e disciplina.
:-)

 
Em 19 janeiro, 2007 23:53, Anonymous Anónimo disse...

Confesso. Vim a este blog a conselho dessa tua mãe espectacular. Vim à procura deste texto, de que ela orgulhosa me falou. Confesso. Hoje eu própria "reclamo", porque também a mim ela me ensinou a fazê-lo, mas ensinou-me a fazê-lo sempre com conhecimento de causa. Essa tua mãe que me habituei a admirar e de quem , orgulhosamente digo, sou amiga. Antes aluna, depois seguidora, agora amiga. De cada vez que na minha sala de aula me sinto feliz, por ser amiga dos meus alunos,imagino sempre que ela o sentia também naquelas deliciosas aulas que me dava. São delícias as cartas que me escreve, as histórias que me conta, enchem o coração. Confesso. ADORO-A.

 

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Dia da Mãe

Como todos os outros "dias de", o Dia da Mãe presta-se à discussão sobre a razão da sua existência.
Pessoalmente, não tenho nada contra estes dias. Não vejo nada de mal em, ocasionalmente, nos lembrarem da importância de certas pessoas. Desde que não as esqueçamos nos outros dias, claro! E desde que não nos verguemos perante os ataques massivos de marketing, que nos garantem que a nossa Mãe merece um carro novo, uma viagem ao Brasil, um relógio com 2 fusos horários, 3 caixas de bombons e o maior ramo de flores que se possa imaginar.
Se calhar até merece. Mas um beijo é uma declaração de amor muito mais simples e eficaz. Além de ser muito mais barato...

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Não apaguem a memória!

Ainda a propósito do 25 de Abril, tomei conhecimento de um movimento cívico que pretende agir no sentido de não se perder a memória do que foi o Estado Novo.

O movimento chama-se, justamente, "Não apaguem a memória!", e sobre ele podem ver mais informações em
http://maismemoria.org. Aproveitem e assinem o manifesto.

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